Despertar Otonhal nos “Dias Perfeitos” de Win Wenders
Ser cinéfilo despertou em mim emoções que produzem adoração ou indiferença de alguns filmes. Assistir filmes várias vezes e ter uma fixação que identificavam as minhas vontades e projeções de um futuro melhor. Assisti vários filmes que deram sentido a minha vida.
Um dos filmes que marcaram a minha infância foi “Ao mestre com carinho” de 1967, de James Clavell, um engenheiro desempregado que vai trabalhar como professor em um bairro operário britânico, onde as probabilidades de futuro dos estudantes são precárias. As dificuldades e a falta de experiência pedagógica fazem do professor um transformador na vida da comunidade e na sua importância influenciando o seu próprio destino. Assisti a esse filme pela primeira vez na TV Record quando tinha uns 9 anos. Acho que marcou minha vocação como professor e orientador pedagógico.
Outro filme que marcou minhas expectativas foi “A Sociedade dos Poetas Mortos” de 1989, do australiano Peter Weir. Interpretada pelo saudoso Robin Williams, ator que se suicidou em 2014, decorrente de uma profunda depressão. Assisti pela primeira vez no Cine Bela Artes, na Consolação, depois que muita gente comentou do filme e me avisou que no final todo mundo chorava, eu não fui a exceção. O filme reforçava minha inspiração de professor, acrescentando a minha apreciação pela poesia e ser um facilitador dos sonhos dos meus alunos.
No Cinema Universitário da Universidade de Tarapacá de Arica, onde estudei o Curso de Pedagogia em História e Geografia e criei junto a meus amigos Daniel Valcarce e Julio Robledo o Cineclube Universitário. Assisti a um dos filmes que marcaram minha vida de adulto, definida minha vocação na educação e cinema, o filme “O Lado Obscuro do Coração” de 1992 do diretor argentino Eliseo Subiela, me mostrou um lado obscuro que necessitava iluminar. A história de um poeta que procurava a mulher que o fizesse voar e não o deixar cair num vou de amor e entrega. Após minha reflexão, das muitas parceiras que eu tive, poucas me fizeram voar, mas foram relações intensas e fui feliz enquanto durou.
Após muitos filmes que me encantaram e sensibilizaram pela sua história ou construção artística, nenhum me marcou tanto como “Dias Perfeitos” de 2023 do realizador alemão Wim Wenders, que assisti no Cine Cultura de Goiânia. Um filme despretensioso sobre um senhor solteiro de uns 50 anos que limpa banheiros públicos em Tóquio. Percebe-se que ele faz seu trabalho com uma dedicação impressionante. Sua vida é rotineira e os melhores momentos do dia é seu almoço, onde desfruta sua modesta refeição em uma praça pública onde ele aprecia uma árvore específica. A simplicidade do roteiro, a trilha sonora dos 70 e 80 que sensibilizam a história e a maturidade do diretor, hoje com 78 anos, aproximou o filme da minha jornada de realização e amor.
Acho que o cinema tem essa magia, assim como a literatura à de despertar em nós as emoções e sensibilidades que identificamos em nossa vida e nos filmes que escolhemos para acompanhar-nos e que dão sentido a nosso destino.
Acompanhe o CINEGOIANIA e conheça um pouco sobre a relação do cinema e o cotidiano.
Por Francisco Lillo
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